Veio aqui um gajo bater à janela da caverna. Trazia um lençol com nêsperas acabadas de apanhar lá para os lados do espigão e uma garrafa de vinho meio cheia dentro de uma mochila da tropa quase vazia. Vinha com o seu melhor fato domingueiro (apesar de ligeiramente amarrotado), e trazia pendurado do bolso imundo um cravo horrivelmente desmembrado. Contou-me então que acabava de chegar de Lisboa onde foi atropelado por uma multidão de betinhos furiosos que gritava vivas à revolução e como se não bastasse tinha sido atacado por fascistas da velha guarda e por 3 claques do Alverca. Depois de levar tanta porradinha naqueles cornos, diz que se dirigiu ao túnel para pedir boleia, mas a malta circulava toda a pé. Foi então que lhe dei um chuto nas costas, o agarrei pelos cabelos e a bons pulmões gritei: Portugal está morto, palhaço!!!