domingo, abril 22, 2007
Cordas de um suspiro
Palavras cuspidas, secas, sem saliva, impróprias para os ouvidos, ideais para satisfazer o ardor que consome as entranhas de tanta fúria, de tanto ódio; Sim, gritar até a voz abandonar, chorar até as lágrimas secar, satisfazer este intimo desejo de auto destruição, de a tudo reduzir a cinzas, rodopiando num frenesim de louca satisfação até sentir a alma a afastar-se em horror de mim, para longe de mim, para sempre de mim; Por todos os malditos demónios infernais, amaldiçoo o dia em que nasci, os momentos que vivi e a angústia que guardo. Óh, que atroz asfixia, que ânsia pela morte deste inútil corpo nojento, podre, seco de vida, onde reina o frio invernal, onde corre gelo, onde tudo apodrece devorado por vermes. Não, ainda não acabei, estou longe de acabar, não enquanto esta agonia perdurar, não enquanto for consumido pelo fogo negro que mora dentro desta caveira, não, esta é um tortura que perdura, que lambe as feridas com hálito fétido, veias adentro até ao osso, até ao pus nascer da infecção, até o sangue acordar, sem piedade, sem indulgencia, sem uma triste pena levantar. Não, a morte era boa demais, não, ainda não a experimentei, permaneço insípido, pobre e apático, hipocritamente sempre, para os outros simpático. Parar?!?!? Não, não paro. Agora não. Eu gosto do nó no pescoço. Gosto da vossa ânsia pela morte. Gosto do silencio que antecede um enforcamento. É sempre um prazer ver morrer, é a ver a vida enaltecida. É a sentença para quem sente, é o epílogo para um doente.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
4 comentários:
Envolvente sem dúvida mas maledicente demais.
Só gostava de saber onde raio foste arranjar spot para fazer o post. Para casa? Tão pois!
♪ chora chora coracón ♪ que mi vida es un cabrón ♪ trox culhón culhón
Enviar um comentário